Alguns clipes que saíram esse mês e eu tava com preguiça de comentar

Amanda Palmer & the Grand Theft Orchestra - The Killing Type

O esperado, pelo menos por mim, álbum (Theater is Evil) do novo projeto da Amanda Palmer saiu e com ele mais um clipe lindo. Não tenho muito o que dizer, só que tem muito sangue e é lindo, mas confiram o que a Amanda falou sobre a composição de The Killing Type:

"Eu a escrevi inteiramente na minha cabeça durante uma caminhada, e não sentada no piano. Sai pra jantar com a minha irmã em Amsterdam e não conseguia achar um táxi pro meu hotel, que ficava a umas 15 quadras. Eu decidi ir andando e meu telefone estava sem bateria (ou eu provavelmente teria ligado pra alguém). Com uma longa caminhada e nenhum celular para atrapalhar, a música surgiu e eu compus tudo em uns 20 minutos. Quando cheguei criei os acordes no ukulele que eu tinha comigo e  terminei o verso final. É um bom argumento a favor de ukuleles. E contra os telefone. Mas o que fazer? É o futuro."

Preview de exibição sobre David Bowie

O museu londrino Victoria and Albert anunciou há algumas semanas que faria uma exposição sobre o camaleão do rock, David Bowie, e hoje foram divulgadas algumas peças que faram parte da exposição, essa seria a primeira grande retrospectiva da carreira de um dos nomes mais influentes e do século XX.

(Foto para a capa de Aladdin Sane, 1973, por Brian Duffy)

A co-criadora da exposição, Victoria Broackers disse:

"Bowie é um pioneiro não só na música, mas também no teatro, videos, internet e downloads digitais. Ele sempre se envolveu pessoalmente e ativamente em tudo que cria e é constantemente citado como influência por cantores, designers e artistas. [...] Uma das coisas mais interessantes sobre o Bowie é seu individualismo, ele não faz o que os outros fazem e nem os diz o que fazer. Ele diz 'Seja quem você é, e você pode ser quem você quiser.' E ele é um bom exemplo disso, está sempre fabuloso e cool em qualquer roupa. Vamos exibir uma foto dele quando foi preso, e até nela ele está cool. Até o diretor criativo de nosso patrocinador, Gucci, cita David Bowie como uma fonte de inspiração."

Surtando com Mrs. Dalloway #3: Homossexualidade

Apesar de Mrs. Dalloway ter sido escrito em 1925 e Virginia Woolf ter nascido em 1882, a homossexualidade é tratada com naturalidade, assim como deve ser, o que demonstra que Virginia estava muito a frente de seu tempo. Tentei juntar aqui, os trechos que consegui me lembrar que demonstram essa naturalidade.

Septimus não sente atração ou amor por sua esposa, isso causa pânico e ele culpa o mundo por isso.

“O medo tomou conta dele – ele não podia sentir. Ele podia ser racional, podia ler Dante, por exemplo, muito facilmente [...], seu cérebro era perfeito, deve ser culpa do mundo então - que ele não sinta.”

Surtando com Mrs. Dalloway #2: Septimus x Clarissa

Como já foi dito, algo une as consciências de Septimus Warren Smith e Clarissa Dalloway, algumas dessas coisas estão listadas e explicadas abaixo:

“Não mais temas o calor do sol.” – sobrevivência x morte

Os dois são assombrados por esse trecho de Cymbeline de Shakespeare, mas ele afeta cada um de maneira diferente. Para Clarissa a frase é reconfortante, uma maneira de se conectar com o mundo, o que a torna uma sobrevivente. Para Septimus, esse conectar com o mundo é algo ruim, traz horror ansiedade e loucura e assim, para o ponto de vista social, ele falha como sobrevivente. Mas para ele, por tudo que ele sentia e pensava, é um vencedor, ele conseguiu se livrar da natureza humana.

“Uma vez que você cai, Septimus repetia para si mesmo, a natureza humana está em você.”

Surtando com Mrs. Dalloway #1

Os personagens que Virginia Woolf imagina e cria são reflexões de sua própria busca por si mesma, é através de sua escrita que ela se entende, que se liberta. A escrita para ela é uma terapia, e é através dela que mantém o senso de proporção, a diferença entre real e imaginário, sanidade e insanidade, vida e morte. “É escrevendo que consigo minhas proporções”, Virginia escreveu em seu diário, demonstrando que escrever é seu jeito de derrotar a loucura, que ela descreve através de Bradshaw como “não ter um senso de proporção”.

Virginia desconstrói  gênero em seus personagens, há uma certa androginia no pensamento deles.  Como ela disse em A Room of One’s Own:  

“É fatal ser um homem ou mulher puro e simples; deve-se ser uma mulher masculinamente ou um homem femininamente [...] Uma colaboração deve acontecer entre a mente da mulher e do homem para que a arte da criação possa acontecer. Um casamento de opostos tem que acontecer.”

The XX - Coexist

Haviam grandes expectativas para o segundo álbum da banda The XX, já que seu debut homônimo foi sucesso de crítica, e devo dizer que Coexist não supera o primeiro álbum, mas não deixa de ser um belíssimo trabalho. O novo álbum continua no mesmo estilo minimalista do debut, mas não diria que eles estão tentando fazer o mesmo que fizeram antes, é como uma continuação e não repetição.

Especial Suécia #6: o último

E eu finalmente voltei a postar aqui e terminando o "Especial Suécia", que dessa vez é reservado para falar de bandas que conheci recentemente, algumas durante pesquisas pra esse especial.

1) The Sound of Arrows
Duo de synthpop formado por Oskar Gullstrand e Stefan Storm, seu primeiro álbum de estúdio, Voyage, foi lançado ano passado, mas eles já são os queridinhos dos hipsters. Indicado pra quem gosta de Frankmusic e CocknBullKid.

Voyage

Le Miroir - uma vida na frente do espelho

Le Miroir é um curta da produtora Ramon and Pedro e mostra a vida de um homem na frente do espelho, de sua infância até a terceira idade.


Simplesmente lindo, mas dá uma certa melancolia, a sensação de que a vida é curta e de certa forma insignificante. E pra quem quiser, abaixo está um vídeo com os bastidores do curta.

Desaparecidos

A banda de post-hardcore de Conor Oberst está de volta com duas músicas novas depois de dez anos sem nenhuma inédita. Desaparecidos é uma banda bem politizada, e não seria diferente com MariKKKopa, que é uma crítica ao xerife Joe Arpaio de Maricopa (Arizona), acusado de racismo e intolerância.

Scissor Sisters - Let's Have a Kiki

Inicialmente Let's Have a Kiki era um promo single do novo álbum da banda, Magic Hour. Mas a música começou a vender bastante depois que um fã fez um video juntando várias cenas de filmes e ícones gays, vai de RuPaul a Queen, de Cher a Sharon Tate.

Especial Suécia #5: o que eu esqueci

É o penúltimo, sério.

1) Hellacopters

Banda de hard rock que começou em 1994 como um um projeto a parte de Nicke Andersson (guitarrista e principal compositor do Entombed), Dregen (guitarrista do Backyard Babies), Kenny Håkansson (baixo) e Robert Eriksson (bateria), mas acabou durando bastante tendo seu término em 2008. Lançaram um single, Killing Alan, de forma independente em 1995 e com isso conseguiram um contrato com uma gravadora, lançando seu primeiro cd, Supershitty to the Max, em 1996. Depois disso gravaram mais 6 cds, fizeram shows pelo mundo todo, incluindo o Brasil, onde abriram para o Deep Purple em 2003.

Bat For Lashes - Laura

Finalmente temos notícias do terceiro álbum de estúdio da Natasha Khan/Bat For Lashes, que deve seguir bem a linha de seu último e elogiado disco, Two Suns (2009). A capa de The Haunted Man é da autoria de Ryan McGinley que também é responsável pela capa do Með suð í eyrum við spilum endalaust do Sigur Rós.

Lista de escritores pra ler

Eu comentei com um amigo (o Alister) meu que tinha uma lista de escritores que eu queria ler e ele vive me pedindo, mas como ela é um pouco grande, eu tinha preguiça. Mas enfim, ela tá aqui, e começa pelos que já li, indicados pelo negrito e com os nomes dos livros que li.

Aldous Huxley - Admirável Mundo Novo, Contraponto
George Orwell - 1984, A Revolução dos Bichos
Tenessee Williams - Quem Tem Medo de Virginia Woolf?
Franz Kafka - Metamorfose, O Processo
Johann Wolfgang von Goethe - Os Sofrimentos do Jovem Werther
Vladmir Nabokov - Lolita
Virginia Woolf - Mrs. Dalloway
Gustave Flaubert - Madame Bovary
Rainer Maria Rilke - Cartas a Um Jovem Poeta
Charles Bukowski - li diversos poemas
Oscar Wilde - O Retrato de Dorian Gray

Fernanda Takai + Andy Summers

Mais uma parceria inesperada, Fernanda Takai (Pato Fu) e Andy Summers (The Police). O álbum "Fundamental" terá 11 músicas com Fernanda no vocal e Summers na guitarra ou violão.

Os dois se conheceram através de Roberto Menescal na gravação do DVD "United Kingdom of Ipanema".“Dois anos depois fiquei sabendo que Andy tinha composto várias canções pensando na minha voz. Ele é profundamente influenciado pela bossa nova e queria fazer um álbum que refletisse isso”, disse Fernanda.

Especial Suécia #4: indie rock

1) The Hives

O The Hives se formou em 1994, possuem 5 álbuns de estúdio e 3 EPs. Eles dizem ter formado a banda por sugestão de Randy Fitzsimmons, que era também o produtor e compositor da banda, só que ninguém além deles conhece esse cara, e acredita-se que seja apenas um pseudônimo para o guitarrista da banda, Nicholaus Arson.

Sigur Rós - Ég anda

Islândia é um outro país que só me dá alegria, quem sabe eu não começo um especial infinito sobre a Islândia, porque o da Suécia não vai acabar tão cedo. Enfim, o Sigur Rós lançou mais um vídeo para a série The Valtari Mystery Film Experiment, que serve para divulgação do novo disco da banda.

Especial Suécia #3: Metal

Acho que não dá pra falar de música sueca sem falar de metal, mas não é muito meu estilo, então vou seguir uma lista que vi no site especializado no gênero, whiplash.net.

1) Opeth

Eles são mais do que simplesmente uma das melhores bandas da Suécia. O OPETH se encaixa em todas as vertentes do metal. Uma banda extremamente diversificada, misturando death metal com outros estilos, e até mesmo utilizando instrumentos acústicos em algumas de suas músicas. Os vocais são muito diversificados e suas letras são excepcionais.

 Álbum recomendado: “Ghost Reveries” (2005)

St. Vincent + David Byrne

Dois artistas que eu admiro muito estão trabalhando em conjunto, o David Byrne (Talking Heads) e a Annie Clark (a.k.a. St. Vincent), no álbum "Love This Giant" que será lançado dia 10 de setembro. O disco terá 12 faixas, 10 escritas em conjunto, uma com autoria apenas de Byrne e outra de Clark.

Lykke Li - Silver Springs (Fleetwood Mac cover)

Silver Springs é uma música do Fleetwood Mac escrita por Stevie Nicks para o Rumours (1977), mas acabou virando b-side de Go Your Own Way, sendo lançada como single 20 anos depois no álbum The Dance. 

Especial Suécia #2: cantoras

Cantoras suecas, suas bandas e projetos. Alguns nomes da lista são relativamente conhecidos, mas não posso deixar de falar sobre, e adoro vocais femininos, ainda mais suecos.

1) Lykke Li

A música de Lykke Li mistura indie rock com elementos da eletrônica e do pop. Ela já tem dois álbuns de estúdio, o Youth Novels (2008) e o Wounded Rhymes (2011), o segundo álbum apareceu em várias listas dos melhores álbuns de 2011, entre elas a do The New York Times, Q, The Observer, Mojo. Músicas da cantora já foram performadas em Glee e fizeram parte da trilha sonora de Lua Nova, Pretty Litlle Liars e até mesmo de video games.

Pra quem gosta de: Florence + the Machine, Oh Land, Marina & the Diamonds

Download: Youth Novels - Wounded Rhymes 

Fiona Apple - The Idler Wheel

Apesar de ter dezesseis anos de carreira a americana Fiona Apple tem apenas quatro álbuns de estúdio, e o tempo só parece trazer benefícios a seu trabalho. Depois de 7 anos sem lançar um novo trabalho, surge com um disco que de certa forma é superior aos outros (Quem diria, eu não prefiro o debut de algum artista).

Especial Suécia #1: bandas que todo mundo conhece

Eu vivo falando sobre bandas suecas e costumo ouvir "Não conheço nada de lá", então resolvi mostrar que todo mundo conhece alguma coisa. Começo falando de bandas conhecidas, mas pra quem não conhece muito, pretendo apresentar artistas novos e menos conhecidos.

1) ABBA (1972-1982)
Integrantes: Agnetha Fältskog, Björn Ulvaeus, Benny Andersson e Anni-Frid Lyngstad.

É uma banda de pop e música disco que fez muito sucesso nos anos 70,  mas continua conhecida até hoje graças a canções clássicas como "Mamma Mia", "Dancing Queen", "The Winner Takes it All" e "Knowing Me, Knowing You". Tem oito álbuns de estúdio, e já venderam mais de 370 milhões de discos e singles por todo o mundo.

Quem Tem Medo de Virginia Woolf?

Não é um post sobre a peça do Albee, Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, e nem sobre o filme homônimo de 1966, que nada tem a ver com Virginia. Ele é de fato, sobre ela.

 Por alguma razão, me encontrei fascinada com suas cartas de suicídio. É estranho achar um suicídio bonito, ainda mais de alguém tão brilhante quanto ela, mas é assim que eu o vejo, como algo belo.

 Virginia se matou em 28 de Março de 1941 aos 59 anos, depois de um colapso nervoso, ela encheu os bolsos de pedras e entrou no Rio Ouse, afogando-se. Até agora não deve estar fazendo sentido eu acha-lo lindo, mas ela escreveu algumas cartas e é delas, principalmente as para o seu marido, Leonard, que eu tiro a beleza da morte.

Olhos do Bowie

Já me perguntaram porquê os olhos do Bowie são diferentes algumas vezes. E não é difícil não acreditarem no que eu digo, então vou explicar com falas do própio Bowie e baseada em sua brilhante biografia por Marc Spitz.

Na primaveira de 1961, David Jones se apaixonou por Carol Goldsmith, e foi graças a uma briga por ela que ele ganhou seus olhos diferente. Olhos esses que contribuem para a imagem de extraterrestre que ele começou a criar com Ziggy Stardust, quem nesse mundo tem olhos como os do Bowie?

Slow Club - Beginners

Shia LaBeouf não foi o único ator famoso a aparecer num clipe essa semana, Harry Potter  Daniel Radcliffe interpreta um bêbado no novo single do duo britânico, Slow Club. O clipe é bem simples, nada tão louco e complexo quanto Fjögur píanó, mas não deixa de ser bonito.

Sigur Rós - Fjögur píanó

Eu não poderia deixar de falar desse vídeo lindo que a banda islandesa, Sigur Rós, lançou essa semana.

O vídeo retrata a relação de um casal estrelado por Shia LaBeouf (sim, o ator de Transformes) e pela dançarina Denna Thomsen, uma relação cheia de paixão, mas também muito conturbada. É bem sensual, com cenas de nudez e sexo misturadas com belas sequências de dança. Tem seu ápice na representação do uso de drogas através de uma louca viagem de carro embaixo d'água.

I Am the Girl Anachronism

Vou começar explicando o nome do blog, veio da música Girl Anachronism do Dresden Dolls.

(a.na.cro.nis.mo)
 sm.
1. Situação, estado ou qualidade do que não é adequado ou não ocorre no tempo ou época em que deveria ou se espera.
2. Aquilo que revela anacronismo (1)
3. Erro cronológico que consiste em relacionar certa data com fatos, pensamentos, costumes etc. que não lhe correspondem
            [F.: Do fr. anachronisme, do gr. anachronismós.]

Anacronismo reflete bem como eu me sinto. Aquele clichê de "nasci na época errada", não só pelas bandas e filmes que eu curto, mas pelo compartamento das pessoas nos dias atuais. Eu não me encaixo, não me identifico e provavelmente isso nunca vai mudar.

E ao mesmo tempo, não sei o que seria de mim em outra época, afinal, existe vida sem internet e celular? Acho que não.